quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Terra dos incógnitos

Globalização, crescimento da interdependência de todos os povos e países da superfície terrestre. Aldeia global porque o mundo esta a ficar mais pequeno pois toda a gente se conhece, através da internet, televisão, telemóveis, etc…
Isto é óptimo, temos acesso a novas culturas, posso “viajar”, fazer amizades na China, no Brasil e nem preciso de sair de casa. E os de cá, do meu país, da minha cidade, da minha rua e da minha escola?
Desde o momento que surgiu a internet e mais tarde as redes sociais passou a ser mais fácil e cómodo fazer novas amizades, viajar pelo mundo, fazer mil e uma coisas sem sair de casa. E por não ser necessário sair de casa, ser mais cómodo, foi-se perdendo com o tempo o contacto físico, com os vizinhos, com o dono do quiosque, perderam-se as verdadeiras amizades e até o tradicional e simples facto de pedir açúcar a um vizinho.
As pessoas não se falam. Pelos autocarros, metros, barcos e por todos os outros meios de transporte colectivos passam centenas de pessoas, e mesmo quando estes vão cheios, ninguém se conhece, vai cada um no seu mundo, como seu telemóvel, a ouvir música ou a ler. Como é que é possível num transporte onde estão umas cinquenta pessoas ninguém se conheça, ninguém se fale?
Este fenómeno da globalização trouxe ainda outro problema no mundo empresarial, comercial, no mundo do trabalho. As pessoas tornaram-se mais competitivas, frias, calculistas, cujo objectivo e subir o mais alto na carreira. Certamente que isto não é culpa exclusiva da globalização, juntando melhores salários, mais regalias, destinos paradisíacos acessíveis, assim como a fácil aquisição de bens de qualquer parte do mundo, as pessoas tornaram-se egoístas.
Vivemos numa aldeia onde ninguém se conhece, onde reina o consumo, o egoísmo e a satisfação do prazer próprio.
                                                                                                 Gustavo Ribeirinho.

                          

4 comentários:

  1. Um texto muito apropriado aos dias de hoje...ninguém se conhece, esquecem-se os valores, vive-se cada vez mais para si mesmo, mais egoísmo e pouca solidariedade. Muito bom Gustavo!
    Gostei.
    Parabéns pela tua excelente intervenção.
    Bjito amigo

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  2. A sociedade está a valorizar mais o dinheiro e o poder do que as pessoas, o que não é bom e conduz a exploração da maioria pelos poucos que conseguem alcançar os lugares de topo. Se isto fosse natural viveríamos numa selva onde apenas existiria a lei do mais forte, e deixavam de fazer sentido os governos e bastava constituir uma milícia armada para impôr essa ordem mundial. Será que é isso que queremos para o futuro?
    Abraço do Zé

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  3. obrigado Tecas, vejo que a mensagem foi compreendida e transmitida, é esse o meu/nossso objectivo. continue a dar-nos a sua opinao :)

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  4. concordo com o que disse Zé Povinho, nós, sociedade portuguesa estamos a caminhar para o abismo, mas isso parece nao incomodar ninguem. mas enquanto ninguem se importa de "cair", nos, Intervençao pretendemos mostrar que existe uma solução para esta sociedade em decadência, podre, em valores, humanismo, compaixão, solidadriedade, etc...
    um muito obrigado pela apreciação :)

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