quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Toxicodependência - "Mais um copo, menos uma vida"

Chegou um novo dia e, no entanto, não parece ter nada de novo, pelo contrário, não passa de um dia como todos os outros. Acorda, como se alguma vez tivesse adormecido realmente, apressa-se a vestir e segue caminho para o mesmo destino de sempre, no qual se encontra cada vez mais às portas da morte.
Sem pensar duas vezes, entra num daqueles estabelecimentos em que servem, para além de cafés, bastante álcool, e isto, sem limites, “tudo à vontade do freguês”, visto que o que interessa realmente é que o dinheiro vá parar à caixa, não é verdade? E como todos os dias, à mesma hora, com a voz consumida pelo álcool, pede o seu bagaço matinal. De seguida, pede um whisky, repete a dose, bebe uma cerveja, e repete a dose novamente, vezes e vezes sem conta, e só abandona o local quando, podre de bêbedo, adormece num canto qualquer e o acordam para avisar que o estabelecimento vai encerrar.
Mas pensando bem, seria mesmo necessário acordá-lo? Vejamos, se tivessem impedido que ele bebesse mais após as inúmeras bebidas ingeridas, provavelmente ele não teria adormecido e não teria regressado a casa aos S’s pondo em risco o resto das pessoas que por ali passavam. Mas por outro lado, se o tivessem impedido a sua reacção seria sem dúvida abandonar esse estabelecimento e procurar de imediato outro que lhe servisse aquilo a que ele deixou de ter direito no estabelecimento anterior.
Soluções? Todas elas se encontram na mente do indivíduo que todos os dias arruína cada vez mais a sua vida em busca de álcool para acalmar a sua dor.
Entremos agora, num segundo caso, que tanto como álcool, cria uma dependência extrema e que origina grandes consequências, não só na vida do indivíduo por si só, mas também na vida dos restantes elementos da sua família. Estou-me a referir, precisamente, às drogas e todo o tipo de estupefacientes que possam imaginar, para além do álcool.
Será que, ao se injectarem, a dor lhes é agradável, ou pelo contrário, o facto de essa prática se tornar tão frequente, já nem a sentem?
O facto de trocar as refeições pelo consumo de cocaína e haxixe é-lhes suficiente?
E quanto ao ecstasy? O facto de causar euforia e uma sensação de bem-estar que facilitam o contacto físico a nível sexual, chegando mesmo a levar a violações, garante-lhes uma vida melhor? Ou pelo contrário, todas estas práticas não passam de uma maneira de escapar aos seus problemas e atingir objectivos tão pouco legais?
O essencial, é que a mudança e o facto de admitirem que têm um problema, têm de partir por sua iniciativa própria.
Soluções? Todas elas se encontram na mente do indivíduo que todos os dias arruína cada vez mais a sua vida em busca de resíduos de “pó” branco, de agulhas ou de pequenas cápsulas para acalmar a sua dor.
A verdade é que, minutos antes de consumir pela primeira vez qualquer tipo de estupefaciente, ninguém pensa nas consequências, e uma delas é, sem dúvida alguma, a morte. No entanto, há quem pense que seja realmente isso o objectivo dos consumidores, outros, nem sequer pensam, descriminam e categorizam as pessoas só por estas terem aquele determinado aspecto que os leva a pensar que são, puro e simplesmente, drogados. E se estiverem enganados?
Amandine Antunes.

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